quarta-feira, 1 de abril de 2009

Nova campanha ZineRS: Back to black

Muita gente que gosta do hip hop já deve ter se feito essa pergunta: o que acontece com a cena nacional? Lançamentos são poucos e não muito significativos... Os grupos que estão começando (e até os que já tem mais experiência) precisam esperar ter um show grande para serem convidados para tocar na abertura, isso se for convidado (tem que ficar na torcida)... Muitos tem trabalhos prontos para serem lançados mas não tem produtor, não tem contatos ou não sabem como chegar neles... Falta atitude? Falta oportunidade? Falta grana? Falta espaço?


Bom, independente do que falte a verdade é que antigamente a música era trabalhada de outras maneiras, talvez o aumento de marcas interessadas no mundo da música e oportunidades de patrocínio tenham estreitado alguns espaços nos rádios, afinal o famoso jabá é responsável pelo lançamento de muita banda, mas a maioria não tem grana para “financiar” um.


Mas o que fazer para mudar? Eu Proponho um resgate, Um resgate da black music, de onde tudo começa. Não só do rap, mas da maioria dos estilos musicais, inclusive o rock que tem na sua origem elementos de vários estilos de música americana: o blues acompanhado da guitarra black; o blues e o ritmo black, produzidos com solos de saxofone; a música gospel branca e negra; a música country e western. A cantora Amy Winehouse, pode não ser um exemplo de conduta, mas ele indiscutivvelmente deixou uma a sua marca na música, e foi o trabalho dela e prinicaplemente a música "Back to Black" que me inspirou para nomear esta campanha. Ela na verdade fala de uma "volta ao luto" nesta múscia, mas o título se encaixa com a minha intenção.

Então pensando em rever um pouco dessa origem musical, passando também pela música brasileira é claro, acredito que se encontre lá no meio do caminho a essência e a beleza da música por ela mesma, e quem sabe um pouco mais de inspiração para produções positivas e uma luz para novas oportunidades na cena. E começo homenageando o 'príncipe do soul' Marvin Gaye que nesta quarta feira 1º de abril, marca 25 de sua morte. O Cantor, que foi morto pelo próprio pai no dia 1º de abril de 1984, estaria completando 70 anos nesta quinta-feira dia 2.


Relembre um pouco...

Fonte: Site G1 (http://www.g1.com.br/)

Por 20 meses, Marvin Gaye já teve o single mais vendido da história da clássica gravadora de soul Motown. Ele tocou bateria em “Please, Mr. postman” , das Marvelettes, lançou um dos primeiros discos conceituais da música negra, foi um dos primeiros artistas a cantar sobre ecologia com “Mercy mercy me” e foi considerado um dos dez maiores cantores da música pop pela revista “Rolling Stone”.


Mas a vida de Marvin Petz Gay Jr. – mais conhecido como Marvin Gaye – não foi feita só de sucessos. A carreira de um dos maiores artistas da soul music também foi marcada por tragédias, começando com o desmaio que Tammi Tarrel, sua parceira de gravadora teve ao seu lado, em cima do palco (e sua subseqüente morte), passando por problemas com drogas, divórcios conturbados e a tragédia final que tirou a sua vida em 1º de abril de 1984 – há 25 anos, na véspera de seu aniversário de 45 anos.


* Filho do pastor
Gaye nasceu no dia 2 de abril de 1939, em Washington DC, filho de Alberta Cooper Gay e Marvin Gay. O pai era pastor de uma igreja pentecostal dissidente chamada House of God (“Casa de Deus”, em inglês). Gaye apanhava constantemente do pai, e seu sobrenome, aliado à sua voz aguda, despertavam rumores de que era homossexual entre os colegas de escola. Quando se tornou cantor, adicionou um “e” ao sobrenome – em parte fugindo do rótulo de gay e em parte como homenagem ao seu ídolo Sam Cooke.

Gaye participava dos sermões do pai, cantando hinos gospel, e também era fã de grupos de doo wop. Na escola, participou de banda do estilo, cantando e tocando bateria. Após ser dispensado do serviço militar, entrou para o The Marquees, do amigo Reese Palmer. Após gravar um single pelo selo da Chess comandado por Bo Diddley, foram contratados por Harvey Fuqua para tocarem na nova versão do grupo The Moonglows.

A banda se desfez em 1960, depois de cantarem em faixas de Chuck Berry e Etta James e gravarem alguns singles. Fuqua levou Gaye para Detroit, onde conseguiu um contrato para o cantor com a Anna Records – que viria a se tornar uma subsidiária da Motown.
Além de cantor, Gaye foi baterista do selo, gravando, entre outras músicas, “Mr. postman”, sucesso do girl group The Marvelettes que ganharia versão dos Beatles posteriormente. Rebelde, não se ajustava ao “padrão Motown de qualidade”, se recusando a ter as aulas de etiqueta e postura de palco patrocinadas pelo selo. Ainda assim, teve seu primeiro hit à frente do microfone em 1962, com “Stubborn kind of fellow”.


* Tammi Terrell

Após uma série de hits (“Ain’t that peculiar”, “How sweet it is”) e duetos (com Kim Weston e Mary Wells), Gaye achou sua parceira musical em Tammi Terrell, jovem cantora contratada pela Motown em 1965. Juntos, gravaram o álbum “United”, com os singles “Ain’t no mountain high enough”, “You’re all I need to get by” e “Ain’t nothing like the real thing”.

Mas a parceria não durou muito – durante uma apresentação em outubro de 1967, Terrell desmaiou no palco, nos braços de Gaye. No hospital, o diagnóstico foi mais sério – a cantora tinha um tumor maligno no cérebro. Segundo o livro “Divided soul: The life of Marvin Gaye”, Terrell parou de cantar, e os vocais do disco “Easy”, de 1969, teriam sido gravados por Valerie Simpson. Gaye, por sua vez, ficou arrasado com a doença de sua parceira, deixando inclusive de aproveitar o sucesso de seu maior hit, “I heard it through the grapevine”. A música, composta por Norman Whitfield e Barrett Strong, foi gravada por Gaye em abril de 67, mas rejeitada pelo presidente e fundador da Motown Barry Gordy Jr. – irmão de Anna Gordy, com quem Gaye se casou em 1962. Insistindo na qualidade de faixa, Whitfield gravou uma nova versão, com Gladys knight and the Pips – que se tornou um dos maiores hits do grupo.

Lançada em 1968 no álbum “In the groove”, a música começou a ser tocada pelos Djs das rádios – apesar do single oficial do disco ser “You”. Pressionada pelo sucesso popular, a gravadora lançou “Grapevine” como single – e a canção ficou durante sete semanas em primeiro lugar da Billboard, se transformando no compacto mais vendido da gravadora até então (mas o recorde seria batido 20 meses depois, com “I’ll be there”, do Jackson 5).


* What's going on
Terrell acabou morrendo em 1970, aos 24 anos. Gaye estava completamente desolado, chegando a tentar a carreira no futebol americano. Cansado do controle criativo imposto pela Motown, resolveu entrar no estúdio e gravar “What’s going on”, libelo pacifista fora dos padrões românticos da gravadora.

Gordy não gostou da ideia (disse que a música era “a pior coisa que já ouvi”), mas após o cantor ameaçar deixar o selo, resolveu lançar um compacto com a música, sem nenhum tipo de publicidade. Ainda assim, a faixa ficou em segundo lugar nas paradas pop e em primeiro nas de R&B, e o diretor da Motown foi obrigado a pedir um álbum inteiro no mesmo estilo para Gaye.
Lançado em 1971, “What’s going on”, o álbum, se tornou um clássico da black music, influenciando uma série de artistas – começando pelos colegas de selo, como Stevie Wonder, que começaram a procurar um rumo mais autoral em suas próprias carreiras. Além da faixa-título, o disco ainda rendeu os singles “Mercy mercy me” (sobre ecologia) e “Inner city blues”. O álbum ainda foi eleito “Disco do ano” pela revista Rolling Stone.

*Here, my dear
Gaye continuou sua carreira de sucesso com o sensual “Let’s get it on”, disco que se tornou o álbum mais vendido de sua carreira. Também gravou em 1972 “Diana & Marvin”, álbum composto apenas de duetos com a ex-Supremes Diana Ross.
Gaye divorciou-se de Anna em 1977, e, como parte de uma decisão judicial, teve que dar parte da renda de seu próximo disco para a ex-esposa. O resultado foi “Here, my dear” (“Aqui, minha querida”, em inglês), álbum duplo de pouco sucesso onde o cantor dissecava amargamente o relacionamento em faixas como “When did you stop loving me, when I did stop loving you?”.
Em 1979, o cantor declarou falência e foi morar no Havaí, morando em uma van. Gaye partiu para uma turnê europeia em 80, e terminou de gravar seu último álbum pela Motown, “In our lifetime?”. Após o lançamento do disco, brigou com a gravadora, acusando os executivos de terem modificado o álbum.

*Tragédia
Em 1982, Gaye mudou-se para a pequena cidade costeira de Ostend, na Bélgica, onde gravou seu último grande sucesso, “Midnight love”, álbum que continha a faixa “Sexual healing”, vencedora de dois Grammys. O single vendeu dois milhões de cópias nos EUA, passando dez semanas no topo das paradas de R&B.

Afetado por uma séria depressão, Gaye interrompeu a turnê do disco em agosto de 1983 – supostamente, o cantor teria até mesmo tentado o suicídio em alguns momentos. Voltando a morar com a família, se desentendia constantemente com o pai. Acabou vítima do progenitor, que disparou contra o filho após este intervir em uma discussão que estava tendo com sua esposa. A arma do crime havia sido um presente do cantor para o pai, dado quatro meses antes. Marvin Gaye morreu no dia 1º de abril de 1984 – um dia antes de seu aniversário. Uma tragédia sem tamanho para quem havia cantado, uma década antes, que “só o amor pode conquistar o ódio”.

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