quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Marcelo D2 para Ler...



Fonte: site G1

Lígia Nogueira Do G1, em São Paulo

Quando ouviu pela primeira vez o disco “À procura da batida perfeita”, o jornalista e organizador do festival Humaitá Pra Peixe Bruno Levinson teve um estalo. Estava diante de um artista digno de ser homenageado com suas “memórias contemporâneas”. Amigo de longa data do autor da obra, Marcelo D2, o escritor teve a oportunidade que esperava para começar a entrevistá-lo quando o músico rompeu os ligamentos em um jogo de futebol. “Aí ele precisou ficar em casa de molho e não teve jeito”, brinca.

Confira a cobertura completa da Bienal do Livro Assim nasceu o livro “Vamos fazer barulho – Uma radiografia de Marcelo D2”, lançada neste sábado (22) às 19h30 pela Ediouro na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. A obra tem início com uma entrevista com o músico e, a seguir, com familiares, pessoas do meio musical, críticos, jornalistas e até o desembargador Siro Darlan, que perseguiu o artista na época do Planet Hemp e hoje rasga elogios ao cantor.

“‘Memórias contemporâneas’ é um termo que o [poeta] Chacal usa e eu achei muito bom”, diz Levinson. “É muito importante que a gente também registre o trabalho de quem está aqui e agora. Não só esperar a pessoa ficar velha ou morrer para merecer uma reflexão sobre o seu trabalho.” O Brasil, segundo o autor, tem pouca tradição de livros sobre música.

“Nossa literatura musical não é tão forte quanto lá fora. O Bob Dylan tem inúmeras biografias”, diz. “Não há pretensão de fazer uma biografia definitiva do Marcelo D2. A idéia é fazer uma radiografia, como se fosse uma foto do interior dele nesse momento.” Ele conta que ficou “chocado” com “À procura da batida perfeita”. “É um álbum clássico da música brasileira. Coloco na mesma prateleira do ‘Chega de saudade’, do João Gilberto”, diz. “Daqui a 20 ou 30 anos vão falar desse disco como uma obra importante.

Quando ouvi, foi um estalo: queria que as pessoas conhecessem o que está por trás do trabalho do Marcelo.” Para Levinson, o livro é muito afetuoso. “Não é de um jornalista distanciado. Eu não poderia ter escrito um livro como esse sobre nenhum outro artista, e isso fica bem explícito. O Marcelo só viu a primeira versão. Depois me ligou emocionado, dizendo que tinha chorado em várias partes. Não é nada definitivo, é apenas um retrato. O que ele vai fazer daqui pra frente pode render, quem sabe, um outro livro.”

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